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Canadá disposto a transferir tecnologia


Publication: Gazeta Mercantil - OnLine News
Provider: Gazeta Mercantil
Date: November 26, 2003

Canadá disposto a transferir tecnologia

Toronto (Canadá), 26 de Novembro de 2003 - . Às vésperas da posse de seu novo primeiro ministro, Paul Martin - homem que já defendeu, quando ministro das finanças, a inclusão de países como o Brasil nas discussões do G-7 - o Canadá mostra-se interessado como nunca na economia brasileira e disposto a transferir tecnologia de vários de seus mais avançados centros de pesquisa e companhias do setor.

Incomodado com a super-dependência comercial que mantém com os Estados Unidos - para onde envia mais de 80% do total de suas exportações -, o governo canadense vê em países como a China e o Brasil a possibilidade política de sair da sombra norte-americana e mostrar-se como a verdadeira potência industrial e tecnológica que é - a 8 economia mundial no ano passado.

Dois grandes centros científicos e diversas empresas de tecnologia do país informaram a este jornal a disposição de aprofundar suas relações ainda tímidas com o Brasil, durante a caravana de seminários realizada na semana passada, patrocinada pelo governo canadense para mostrar o mercado brasileiro a exportadores e investidores canadenses.

Um desses centros é o responsável, por exemplo, pelo desenvolvimento e criação do gigantesco braço eletrônico usado na estação espacial internacional, a Agência Espacial Canadense (CSA-ASC), de Montreal, instituto oficial para pesquisas na área, que fechou recentemente um acordo de colaboração científica com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Outro é o Fuel Cells Canada (agência de estudos de ponta na área de combustíveis e veículos não poluentes), baseada em Vancouver, com relações em andamento com a prefeitura de Curitiba para a implementação de sistemas de transporte não poluentes.

"Temos muito interesse em acordos de troca de tecnologia na área espacial com o Brasil, que é muito avançado em áreas que não dominamos", diz Michel Giroux, diretor de relações internacionais do CSA-ASC. Umas das vantagens tecnológicas brasileiras na pesquisa espacial sobre o Canadá é o desenvolvimento no lançamento de satélites de pequeno porte, nas plataformas da Barreira do Inferno e Alcântara.

"O acidente numa das plataformas de lançamento não muda em nada nossa confiança na tecnologia que o Brasil dispõe. Foi uma fatalidade, algo como ocorreu com o ônibus espacial norte-americano Columbia, e poderíamos ajudar com informação e sistemas para maior segurança, caso o governo brasileiro tenha interesse", completa Giroux.

Na área de "células de combustível", Vancouver é considerado uma referência mundial. "Estamos dispostos a oferecer todo o conhecimento necessário para desenvolver transportes não poluentes para cidades como São Paulo. Já temos conversas adiantadas com o Paraná e pretendemos ir além", diz Des Mullan, diretor de transferência de tecnologia e desenvolvimento de negócios do Conselho Nacional de Pesquisas do Canadá (NRC-CNRC).

As "células de combustível" despertaram maior interesse a partir das crises do petróleo e o crescimento do problema da poluição, nos anos 70. Desenvolve combustíveis não poluentes à base de hidrogênio, considerado hoje por boa parte da ciência como a melhor forma de se obter energia limpa. Os processos mais comuns utilizam a energia solar ou eólica, e água. "Embora não seja exatamente 'fuel cell', o etanol é muito melhor do que a gasolina e o diesel e é usado no Brasil como em nenhum outro país, o que coloca a tecnologia brasileira em vantagem em relação a quase todo o mundo", elogia o vice-presidente da Fuel Cells Canada, Christopher Curtis.

"Da mesma forma como ocorreu com a internet e a telefonia celular, teremos o desenvolvimento rápido na oferta de máquinas e veículos com energia limpa nos próximos anos", projeta Des Mullan, para quem o comércio de carros a células de combustível estará muito ativo dentro de 10 a 15 anos.

Também várias empresas canadenses de tecnologia buscam espaço no mercado brasileiro. A Celestica, com base em Toronto, ampliou seu volume de funcionários nos últimos meses, de cerca de 600 para 800, para a produção de um novo modelo de telefone celular, cuja marca ainda não pode ser anunciada. A empresa é uma das maiores montadoras mundiais de aparelhos como computadores e palms (para IBM, Dell e Palm, por exemplo) e telefones (Motorola e Nokia, entre outras).

Empregos em Jaguariúna

"O Brasil tem importância estratégica para nós porque é a base para exportações ao Mercosul, tem um grande mercado interno e tende a crescer rapidamente", resume o diretor de desenvolvimento de negócios para América Latina e África, o brasileiro Marcelo Correa.

"A transferência de tecnologia é um dos segmentos mais promissores para a ampliação de negócios do Canadá com o Brasil. O Brasil tem empresas desenvolvidas na área de ciência e tecnologia. O setor que faturou US$ 37 bilhões no ano passado, é o sétimo mercado software do mundo e oferece boas oportunidades de parceria estratégica, o que facilita a introdução num mercado tão competitivo", informou o delegado comercial e cônsul do Canadá em São Paulo, Kenneth Johnston, nos cinco seminários a executivos canadenses na semana passada .

Um exemplo da introdução no mercado brasileiro via parceria local é o da Xenos, também de Toronto. A empresa de softwares de "transformação" de documentos de sistemas internos de empresas para a impressão de documentos ou inserção de dados em site para clientes - demandados por exemplo por bancos, que têm de gerar extratos a seus correntistas - fechou associação há alguns anos com a Poly Representações e Soluções, de São Paulo. "Temos crescido muito nos últimos seis a sete anos e apostamos forte no mercado brasileiro, que tem grandes empresas e demanda grandes volumes deste tipo de produto", conta Graham Barker, diretor de marketing de produtos da Xenos.

Outra que trabalha com parceiro na comercialização de seus produtos no País é a Smart Technologies Inc., de Calgary, cidade de 900 mil habitantes na região das Montanhas Rochosas, no Oeste canadense. A produtora de lousas inteligentes (permite a um conferencista ou professor fazer anotações diretamente na tela, sobre dados em Power-Point ou imagens em movimento) se diz pioneira na tecnologia e líder no mercado brasileiro e mundial. "Nosso produto está em empresas como a Petrobras e instituições como a USP e o colégio Dante Aligheri", conta a presidente da Smart, Nancy Knowlton, que reclama das altas taxas de importação brasileiras.

Também a Radar Sat Internacional, de Vancouver, no extremo Oeste do país, tem negócios sob contrato há dois anos com a Petrobras para rastrear com seu satélite possíveis vazamentos em plataformas marítimas. "O Brasil é nosso principal negócio na América Latina, embora prestemos serviços também no México, similares aos que fazemos no Brasil, à empresa de petróleo Pemex", explica a coordenadora de vendas para a América Latina, Adriana Villegas.

(Gazeta Mercantil/Caderno A5)(Ismael Pfeifer)

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